SAN JOSÉ, COSTA RICA [ ABN NEWS ] – Hoje, dia 3 de maio de 2013 comemora-se pelo vigésimo ano consecutivo, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, com vários eventos em todo o mundo. O tema global este ano é “Falar sem medo: assegurando a Liberdade de Expressão em todos os media”, colocando o foco sobre a segurança dos jornalistas, a questão da impunidade e a segurança online.
O principal evento decorre em San José, de 2 a 4 de Maio, e é organizado pela UNESCO e pelo Governo da Costa Rica.
O evento inclui também a cerimónia de entrega do Prémio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO-Guillermo Cano. A laureada de 2013 é a jornalista etíope Reeyot Alemu, que cumpre cinco anos de prisão na prisão Kality, na Etiópia.
A Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova, e a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, presidirão à cerimónia, que decorre hoje.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, foi proclamado pela Assembleia-Geral em 1993, na sequência da Declaração de Windhoek adoptada num seminário de jornalistas organizado pela UNESCO na Namíbia, em 1991. Este documento faz um apelo à comunicação social livre, independente e pluralista em todo o mundo, caracterizando a imprensa livre como essencial para a democracia e como um direito humano fundamental.
Desde 1993, a UNESCO, sendo a agência da ONU mandatada para promover a liberdade de imprensa e o seu corolário, tem promovido este direito fundamental em todo o mundo.
Todos os anos, esta é uma data de celebração dos princípios fundamentais da liberdade de imprensa, ocasião para avaliar a liberdade de imprensa nas várias regiões do mundo, para defender os media de ataques à sua independência e de homenagear os jornalistas que perdem a vida no exercício da sua profissão.
Este ano, na sua mensagem oficial, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon lembra que “Quando é seguro falar, o mundo inteiro beneficia”, revelando também estar especialmente preopcupado com a impunidade daqueles que intimidam jornalistas.
As comemorações nesta data têm-se revelado uma forma eficaz de sensibilizar as pessoas para a importância da liberdade de expressão e liberdade de imprensa, e de as informar sobre as violações da liberdade de imprensa, lembrando que em dezenas de países há ainda publicações que são censuradas, multadas, suspendidas ou mesmo encerradas, enquanto jornalistas e editores são perseguidos, atacados, detidos e até assassinados.
Só em 2012, a UNESCO condenou o assassinato de 121 profissionais dos media, e ao longo da última década mais de 600 jornalistas foram assassinados em todo o mundo. Garantir a segurança dos jornalistas tornou-se uma prioridade, e a UNESCO liderou a elaboração do Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade. Esse Plano prevê que as agências da ONU e os seus parceiros trabalhem juntos para criar um ambiente de trabalho mais seguro para os jornalistas.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa serve também para lembrar os governos sobre a necessidade de respeitar o seu compromisso com a liberdade de imprensa e para os profissionais de media reflectirem sobre esta questão e sobre a ética profissional.
Este ano, para marcar esta ocasião, a UNESCO lança a publicação “Pressing for Freedom”, que analisa a revolução ocorrida nas redações nas últimas duas décadas, com o crescimento do ciclo de notícias transmitidas 24 horas por dia, blogs, redes sociais, podcasts, webcasts, jornalismo cidadão, esses desenvolvimentos que, no entanto, ainda não abriram caminho para um maior respeito pelas liberdades básicas.
No dia 2 de maio, a sede da ONU em Nova Iorque acolheu o evento “Falar sem medo: assegurando a Liberdade de Expressão em todos os media”, que contou com a participação do Secretário-Geral Ban Ki-moon e de Vuk Jeremic, Presidente da Assembleia-Geral, e abordou formas de garantir a segurança das pessoas que trabalham nos meios de comunicação, online e offline, com vista a promover uma imprensa livre, independente e pluralista.