É preciso ser diplomado para garantir ética no jornalismo?

Heitor Reis [*]


“É preciso ser diplomado: Formação e regulamentação são instrumentos de defesa do Jornalismo e da sociedade – Somos mais de 60 mil jornalistas em todo o Brasil. Milhares de profissionais que somente através da formação, da regulamentação, da valorização profissional conseguirão garantir dignidade para sua profissão e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o Jornalismo praticado hoje no Brasil.” [ Sérgio Murillo de Andrade e Valci Zuculoto, Jornalistas, Professores, Presidente e Diretora de Educação da FENAJ, respectivamente: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=2317 ]

Minhas reflexões sobre este tema não tem o propósito percebido pelos mais ansiosos, rançosos e menos profundos na arte de interpretação de texto. Como se eu estivesse tomando uma posição contrária ao interesse dos comunicadores ou do público!… Minha esperança é que homens e mulheres de boa vontade têm a sensibilidade necessária para perceber meu real propósito de mostrar a verdade à respeito.

Creio que, sem coragem para enfrentar esta triste e cruel realidade, o ideal teoricamente pregado acima, jamais ocorrerá, de fato. É muito difícil, para a maioria, mesmo conceitualmente, separar o jornalismo da jornalistas mercenários, corruptos, irresponsável e maligno. São como gêmeos siameses!

Mas, somente cortando na própria carne…

A Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas, Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e o FNPJ – Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo fogem, como o diabo, da cruz, e não enfrentam a impotência da categoria.

Também não estão interessados em demonstrar a razão pela qual os países mais evoluídos liberam o profissional do uso do diploma, enquanto os mais atrasados o obrigam. Nem qual a característica regional do Brasil que justificaria a adoção de sua obrigatoriedade. Não respondem a uma questão fundamental: O jornalismo de países que exigem o diploma é igual, pior ou melhor do que nos demais?

Alguma vez ficou demonstrado cabalmente que, nos países onde o diploma não é exigido, a dignidade desta profissão ficou prejudicada? Ou seus rendimentos? Ou a qualidade e a ética no exercício da atividade? Caso isto fique provado, serei o mais renitente defensor da obrigatoriedade do diploma de jornalismo!

Não sei se os professores, os líderes ou a parcela da categoria que luta pela obrigatoriedade, e que tem por dever do ofício transmitir a melhor verdade possível para seus semelhantes são ingênuos, ignorantes, loucos ou se estão hipnotizados, a tal ponto de acreditar piamente que a ilusão é realidade. Mas há uma alternativa ainda pior: consciência e lucidez de que estão defendendo deliberadamente uma mentira!

Revogação da Lei de Imprensa contraria Fenaj 
Para Sérgio Murillo, presidente da Fenaj, a expectativa era de que o julgamento retirasse apenas os artigos que ferissem a Constituição Federal. Segundo ele, a matéria, apesar de permanecer em vigor há mais de 40 anos, ainda estabeleceria alguns dispositivos necessários ao exercício do Jornalismo, como a possibilidade de fontes denunciadas em reportagens obterem direito de resposta nos veículos.

Os jornalistas perderam recentemente a Lei de Imprensa, parte da qual defenderam com unhas e dentes, pouco se importando se ela fora votada e aprovada durante o governo militar. O mesmo vale para a lei da obrigatoriedade do diploma.

Em síntese: Na prática, não há ética no jornalismo. Idem para os profissionais que se prestam a fazer o serviço mais subalterno nesta modalidade de crime legalmente organizado.

Perseu Abramo considera a manipulação realizada pelos jornalistas para atender seus interesses ideológicos, como inimizade contra o povo brasileiro.

Mas, mesmo assim, a Fenaj, Intercom e FNPJ estão unidas na pregação de que a obrigatoriedade do diploma é relevante para “garantir dignidade para sua profissão e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o Jornalismo praticado hoje no Brasil”.

Vejamos como Antonio Gramsci percebe o Estado, a escola e a imprensa, na formação do consentimento público para impor à sociedade os interesses da classe dominante:

“Além dos aparelhos coercitivos do Estado, a burguesia precisa obter o consentimento dos governados, para se garantir como hegemônica. E a formação do consenso dependeria da educação. Daí, a ampliação sem precedentes dos mais diversificados meios de educação, desde a escola, um dos principais deles, até a imprensa e o rádio (Gramsci não conheceu a televisão).” [ “Um caderno de estudos sobre Gramsci”, Maria do Carmo de Oliveira Vargas: http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=984 ]

Desta forma, com raras exceções, os que atuam no sistema educacional, na comunicação ou em ambos, consciente ou alienadamente, reproduzem o pensamento que convém aos doutrinadores das sinistras ideologias.

As exceções, certamente, não terão as benesses que receberão aqueles que fazem bem o trabalho a eles designados de inseminar conceitos convenientes ao sistema, nas mentes receptivas da juventude e do público em geral. Alguns são perseguidos, prejudicados de várias formas e podem pagar com própria vida a ousadia de fugir da matriz do pensamento único.

Portanto, o jornalista comprometidos com ideologias vermelhas, quando a serviço de uma militância criminosa, tem um papel fundamental na dominação da Sociedade, para seu convencimento.

Felizmente, a rede mundial de computadores vem reduzindo este desastre, aumentando exponencialmente o número de privilegiados que podem acessá-la, insinuando que a próxima revolução política terá forte componente cibernético. Isto até que senhores do Estado resolvam controlá-la…

[*] Heitor Reis é Engenheiro civil, membro do Conselho Consultor da CMQV – Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida.

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